Justiça dos EUA pode obrigar Meta a vender Instagram e WhatsApp: entenda!
Meta responde julgamento nos EUA e Zuckerberg comenta “ideia maluca” para o Facebook

A Comissão Federal de Comércio dos Estados Unidos (FTC na sigla em inglês) está processando a Meta, empresa dona do Facebook, do Instagram e do WhatsApp. O julgamento iniciou-se nesta última segunda-feira (14) e está focado em ações antitruste. A instituição investiga se a companhia cometeu práticas anticompetitivas ao adquirir o Instagram e o WhatsApp. O cofundador e CEO da big tech, Mark Zuckerberg, prestou depoimento e comentou planos revelados pela Comissão sobre mudanças que desejava fazer nas suas redes sociais.
Julgamento antitruste da Meta nos Estados Unidos
A Comissão Federal de Comércio dos EUA (FTC) apresentou o caso antitruste contra a Meta pela primeira vez no final de 2020. Na época, o órgão já acusava a empresa de monopolizar ilegalmente o mercado de “serviços de redes sociais pessoais”. O processo tem como base a acusação de que as aquisições do Instagram em 2012 e do WhatsApp em 2014 foram estratégias para eliminar concorrência e manter o domínio da Meta no setor. Inicialmente, o processo foi rejeitado por falta de detalhes suficientes que sustentassem a alegação de monopólio. No entanto, após a FTC reforçar sua argumentação com informações mais robustas, o juiz permitiu que uma versão alterada da denúncia fosse apresentada.
Com início em 14 de abril deste ano (2025), o julgamento está sendo conduzido pelo juiz James Boasberg, presidente do Tribunal Distrital de Washington, D.C., e deve se estender por cerca de dois meses. Caso o juiz conclua que a Meta agiu de forma ilegal e estabeleceu um monopólio no setor, será preciso determinar posteriormente quais medidas deverão ser tomadas para reparar os danos. A principal proposta da FTC é o desmembramento da empresa com a venda do Instagram e do WhatsApp.
Em comunicado publicado no dia anterior ao início do julgamento, Jennifer Newstead, diretora jurídica (Chief Legal Officer – CLO) da Meta, afirmou que o processo antitruste da FTC é “frágil” e ressalta que as aquisições investigadas tiveram a aprovação da Comissão há dez anos. “As evidências do julgamento mostrarão o que qualquer jovem de 17 anos no mundo sabe: o Instagram compete com o TikTok (e com o YouTube, o X e muitos outros aplicativos)”, declarou a representante da companhia em nota.
Mark Zuckerberg já considerou acabar com as conexões de amigos no Facebook
Durante o julgamento antitruste contra a Meta, foi revelado que Mark Zuckerberg chegou a sugerir a estratégia radical de apagar todas as conexões de amizade dos usuários do Facebook e fazê-los reconstruir suas redes sociais do zero. Assim, a plataforma mudaria o seu modelo de “amigos” para “seguidores”. Os representantes da Comissão expuseram a informação ao revelarem que em uma mensagem enviada aos funcionários da Meta em 2022, o CEO da companhia propôs a ideia que ele mesmo chamou de “ideia potencialmente maluca”. A proposta seria uma solução para recuperar a relevância que o Facebook perdeu nos últimos anos. Tom Alison, chefe do Facebook, e outros executivos da empresa rejeitaram a sugestão e ela nunca foi implementada.
Ainda em andamento, o processo antitruste da FTC contra a Meta ouviu o depoimento de Mark Zuckerberg em diferentes dias, assim como as declarações de diretores e, até mesmo, ex-funcionários da companhia.
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